RESULTADOS 1T 2020: ABANCA obtém lucro de 127 milhões de euros, após o reforço de provisões de 78 milhões
- O ABANCA implementou o plano de resposta à COVID19 tendo por base o apoio e a proteção aos seus clientes, o reforço das operações remotas e a implementação de medidas de cariz social
- A capitalização do banco excede os requisitos regulatórios, com um rácio de capital total de 15,6% e um superávit de 1.221 milhões no CET1
- O resultado evidencia uma rentabilidade (ROE) de 10,9%.
- A entidade está entre as primeiras do setor relativamente à taxa de cobertura de ativos não produtivos (61,1%)
- As receitas recorrentes continuam a melhorar (+ 17,4% da margem financeira) e continuam a ser um pilar da rentabilidade
- O banco continua a aumentar o seu volume de negócios, superior a 85.500 milhões de euros
- O ABANCA mantém uma estrutura de financiamento baseada nos depósitos de clientes, com um rácio LTD de 98%
- Excluindo provisões extraordinárias derivadas da COVID19, o lucro líquido melhora 0,5%
O ABANCA obteve um lucro líquido de 127 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, valor que se traduz numa rentabilidade (ROE) de 10,9%. As receitas recorrentes, com uma margem financeira que cresceu 17,4%, continuaram a melhorar e continuam a ser o pilar fundamental do resultado obtido. A entidade manteve o nível de rentabilidade, entre os mais elevados do setor financeiro espanhol, e em simultâneo fortaleceu as suas provisões de crédito em 78 milhões. O objetivo é enfrentar a previsível deterioração económica devido ao impacto da emergência sanitária. Através de uma política prudente e focada no longo prazo, a entidade enfrenta o cenário COVID com uma posição financeira muito sólida: o nível de capitalização excede em muito os requisitos regulatórios (rácio de capital total de 15,6% e superávit sobre o CET1 de 1.221 milhões); a cobertura de ativos não produtivos (61,1%) é uma das mais altas do setor; a taxa de incumprimento (2,7%) é inferior à média espanhola; e a estrutura de financiamento é baseada principalmente em depósitos de clientes (rácio LTD de 98%). O volume de negócios continua a crescer e ultrapassa os 85.500 milhões. O banco está a desenvolver um plano de ação abrangente, destinado a apoiar financeiramente os seus clientes, manter as operações através de canais à distância, preservar a proteção contra a COVID-19 em escritórios e locais de trabalho e contribuir para o esforço de toda a sociedade na luta contra a pandemia. Como parte integrante destas iniciativas, o ABANCA disponibilizou 7.900 milhões de euros em financiamento para empresas. Além disso, foi uma das entidades que teve mais peso nos empréstimos garantidos pela ICO (Linha de Crédito lançada pelo Governo espanhol), com 9.469 operações de PMEs e ENIS´s (empresários em nome individual), no valor de 893 milhões de euros e 364 processos geridos na área Corporativa, no total de 547 milhões de euros. Outro destaque do trimestre é o culminar da integração do Banco Caixa Geral, concluída com sucesso em março. Esta operação complementa o modelo e a estratégia do ABANCA, oferecendo um elevado potencial de geração de valor, expandindo a sua rede comercial a novas províncias e reforçando a sua presença noutras, nas quais já opera. O ABANCA continua comprometido e a analisar a possível aquisição do banco Eurobic, atualmente pendente da conclusão do processo de due diligence. Esta operação faz parte do compromisso estratégico com Portugal como eixo de expansão, um mercado atrativo pelo desempenho económico do país e no qual a entidade possui ampla experiência.
Elevada liquidez e capitalização
Os depósitos dos clientes constituem a base da estrutura de financiamento do ABANCA, cujo rácio de crédito sobre para depósitos (LTD) é de 98%. A entidade possui uma posição de liquidez confortável de €13.505 milhões entre a capacidade de emissão de títulos e ativos líquidos, o que lhe permite cobrir mais do que o dobro do vencimento esperado das emissões. Os rácios de financiamento líquido estável NSFR e de cobertura de liquidez LCR situaram-se, respetivamente, em 127% e 210%, níveis que demonstram o cumprimento antecipado dos requisitos regulatórios de Basileia III. O banco apresenta uma posição robusta em termos de solvência. O rácio de capital total a final de março foi de 15,6%, situando-se 335 pontos-base acima dos requisitos exigidos. O rácio de capital da máxima qualidade, CET1, foi de 12,7%, situando-se 394 pontos-base acima do exigido, o que permite uma almofada financeira de 1.200 M€. Após a emissão de outubro de 2019, o ABANCA já cobriu a almofada de dívida subordinada classificada como Tier 2 (2% s / APR) exigível.
Rentabilidade e máxima prudência.
O resultado obtido pelo banco no primeiro trimestre evidencia o bom desempenho do seu negócio de retalho, que continua a ganhar peso na demonstração de resultados. A margem de juros e as receitas por prestação de serviços cresceram a taxas de dois dígitos em ambos os casos. A primeira melhorou 13,8% em relação ao período homólogo, graças ao dinamismo do negócio e à boa gestão de preços. As receitas por prestação de serviços cresceram 27,7% face ao período homólogo, impulsionadas pelos serviços de valor acrescentado para os clientes. As receitas com recursos fora do balanço aumentaram 50,2% e as receitas de cobranças e pagamentos 41,7%, enquanto que as receitas por serviços bancários desceram 9,8%. Isto traduz um crescimento de 17,4% da margem financeira, que atingiu 208,7 milhões de euros e constitui o núcleo da demonstração de resultados. A margem bruta registou um aumento homólogo de 26,7%. A base de custos permaneceu estável se forem descontados os investimentos realizados nos processos de integração. De qualquer forma, as integrações fornecem um volume maior de receita do que despesas e o rácio de eficiência foi de 48%. A entidade aproveitou os resultados do primeiro trimestre para reforçar as provisões de crédito, antecipando a deterioração do contexto económico. O lucro líquido melhorou 0,5%, excluindo as provisões extraordinárias relacionadas com a COVID-19.
Redução da taxa de incumprimento
A entidade continua a reforçar a melhoria da qualidade da sua carteira de crédito. Após uma redução homóloga de 1,6% no total de créditos duvidosos, a taxa de incumprimento apresentou uma nova queda, situando-se em 2,7% e ficando abaixo da média do setor financeiro espanhol. O ABANCA reforça a sua posição como a primeira entidade espanhola na cobertura de ativos não produtivos, com uma taxa de cobertura total de 61,1%. A taxa de cobertura de incumprimento situou-se nos 61,6%, enquanto a cobertura de créditos concedidos é de 60,5%. O seu perfil financeiro sólido coloca o ABANCA como uma das entidades mais saudáveis do setor financeiro espanhol. Tanto no rácio NPA, com 4,7%, quanto no rácio Texas, com 30,9%, o ABANCA está entre as melhores entidades espanholas.
Continuidade no crescimento do negócio
Após o fecho do primeiro trimestre do ano, o ABANCA detém um volume de negócios de 85.537 milhões de euros, 20,6% superior ao de março de 2019. A entidade alcançou esse crescimento com um comportamento equilibrado do crédito normal a clientes, que aumentou 25,3%, para 37.166 milhões de euros, e de captação de recursos, que subiu 18,4%, para 47.621 milhões de euros. A integração dos negócios adquiridos tem sido fundamental nestes números, ainda que descontando o seu efeito, a entidade também regista taxas de crescimento significativas de 8,4% no crédito a clientes e de 3,8% na captação de recursos. A carteira de crédito é cada vez mais diversificada, enquanto nos recursos de clientes ganham peso os depósitos à ordem. Por sua vez, os prémios de seguros gerais e de vida também cresceram 9,8%. Destaca-se o comportamento da nova produção de seguros de incumprimento, com um crescimento de 23%, dos seguros de morte, que aumentaram 13%, dos seguros de vida, que cresceram 10% e dos seguros automóvel, que cresceram 7%.
Plano de ação contra a COVID-19
O ABANCA está a implementar um plano de ação abrangente para lidar com as consequências da emergência sanitária da pandemia COVID-19. O plano, focado na proteção e nas necessidades financeiras e operacionais dos clientes, possui iniciativas específicas para três grupos diferentes: os colaboradores que compõem a equipa do banco, clientes, tanto empresas como particulares, e a sociedade em geral. As ações direcionadas aos colaboradores visam proporcionar um ambiente de trabalho seguro, fornecer a infraestrutura necessária para o teletrabalho e continuar a prestar o apoio pessoal e financeiro. O banco fez um esforço significativo para ativar as medidas de proteção necessárias nos seus espaços de trabalho e atendimento ao cliente. 4.000 funcionários do banco e 800 de diferentes fornecedores realizam o seu trabalho, diariamente, na forma de teletrabalho. As ações voltadas para os clientes têm como objetivo garantir a sua proteção durante as visitas às agências, satisfazer as suas necessidades financeiras e disponibilizar-lhes diferentes canais à distância para a realização das operações. A entidade reforçou a funcionalidade dos seus canais de banca à distância para a realização da maioria das operações de forma não presencial e aumentou os recursos de atendimento ao cliente. De entre as medidas destinadas a particulares e empresas, destacamos as moratórias de crédito e hipotecárias. Em Espanha, salientamos ainda a implementação do Plano Antecipar, dotado de 7.900 milhões de euros. O terceiro bloco do plano abrangente de resposta do ABANCA contra a COVID-19 é dedicado a ações sociais para contribuir para o esforço da sociedade como um todo, tendo o banco doado em Espanha 514 equipamentos (dos quais 150 são Unidades de Cuidados Intensivos para hospitais galegos) e 72.000 unidades de material de proteção em colaboração com a Afundación. Em Portugal, o ABANCA também contribui com a oferta de 3 ventiladores para o sistema nacional de saúde, num esforço conjunto que envolveu para além do próprio banco, clientes e colaboradores. Adicionalmente, o ABANCA contribuiu ainda com 40.000 euros para o esforço solidário coordenado pela Associação Portuguesa de bancos na encomenda de 100 ventiladores para o SNS.