ABANCA lucra 323 milhões de euros em 2021, com uma rentabilidade de 7,8%
- A margem recorrente melhorou 33,1% para 241 milhões de euros.
- O volume de negócios excedeu os 108.000 milhões de euros depois de registar um crescimento anual de 18,8%.
- O ritmo de produção já supera os níveis pré-pandemia: as formalizações de crédito às empresas e a particulares ultrapassaram os 2.400 milhões de euros, mais 9,5% do que em 2019.
- As subscrições líquidas de fundos de investimento triplicaram em relação a 2019 graças a ações como o lançamento de produtos sustentáveis e o serviço de gestão discricionária de carteiras.
- O ABANCA continua com uma posição sólida, como um dos bancos mais saudáveis do sistema, com um rácio Texas de 28,7% e uma cobertura de ativos de cobrança duvidosa de 85,3%.
- O rácio de capital total foi de 16,9% e o excedente sobre os requisitos regulatórios foi de 1.527 milhões de euros.
- O banco concluiu com sucesso a integração do Bankoa e a incorporação da atividade do Novo Banco em Espanha.
- Portugal registou uma evolução positiva, ultrapassando as previsões estabelecidas para o exercício.
A incorporação do Bankoa e do negócio do Novo Banco em Espanha também contribuiu para melhorar a rentabilidade estrutural do banco. O sucesso da política de integrações levada a cabo pelo ABANCA nos últimos anos reflete-se tanto no crescimento do negócio (+ 57% em comparação com 2018 e também + 9,7% quando comparado com o setor bancário), como da rentabilidade (as receitas aumentaram 26,3% enquanto o setor perdeu 5,4%) e no controlo de custos. O dinamismo comercial também beneficiou com o lançamento de novos produtos. Os produtos de seguros de marca própria foram muito bem recebidos, o que se refletiu num crescimento significativo das vendas (mais de 33.800 apólices desde o seu lançamento, no final de março deste ano). Em 2021, a atividade recuperou os níveis pré-crise nas principais linhas de negócio: em comparação com 2019, as formalizações de crédito à habitação cresceram 40,9%, as formalizações de crédito a empresas e particulares 9,5%, as subscrições líquidas de fundos de investimento triplicaram e o volume gerido através do serviço de gestão discricionária de carteiras duplicou no exercício. Portugal, que é uma peça-chave para o ABANCA como instituição de vocação ibérica, registou também uma evolução positiva, ultrapassando as previsões estabelecidas para o ano: as formalizações de crédito à habitação foram 58% superiores ao objetivo e as captações de recursos fora do balanço ficaram 26% acima do esperado. O banco continuou o desenvolver o seu modelo omnicanal para se adaptar a todos os tipos de cliente, combinando a proximidade de uma rede comercial composta por agências cada vez mais digitais, sustentáveis e acessíveis, com um serviço de banca à distância cada vez mais avançado, tanto para particulares como para empresas. A banca móvel ultrapassou o nível de um milhão de utilizadores pela primeira vez no início do exercício, atingindo mais de 1.100.000 utilizadores no final de 2021, e as transações digitais passaram a representar 69,9% do total. O ABANCA continua entre os bancos mais sólidos do sistema financeiro espanhol graças aos seus elevados níveis de cobertura (85,3% em ativos de cobrança duvidosa e rácio Texas de 28,7%), à qualidade dos ativos (rácio NPL de 2,1% e rácio de ativos hipotecários sobre o balanço de 0,3%), aos robustos níveis de capitalização (rácio total de 16,9% e 1.528 milhões de euros de excesso sobre os requisitos) e uma confortável posição de liquidez (rácio LTD de retalho de 92,3% e 16.494 milhões de euros em ativos líquidos).
Educação financeira no centro da sustentabilidade
Um dos momentos importantes do ano de 2021 foi o lançamento do Plano de Ação de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, através do qual o banco espera alcançar a neutralidade carbónica e terá uma alternativa sustentável para os seus produtos. As primeiras conquistas deste plano foram o lançamento de três fundos sustentáveis, a primeira emissão de obrigações verdes e, como parte integrante da estratégia de recuperação e transformação da economia, o lançamento dos primeiros produtos de financiamento ligados ao programa Next Generation EU. O programa de educação financeira, destinado a diferentes segmentos etários, está a ganhar um maior protagonismo neste esforço para contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Este programa recebeu um apoio muito significativo com o prémio “Finanças para Todos” do Banco de Espanha e da CNMV.
Receitas recorrentes: o motor da rentabilidade
As receitas recorrentes continuam a ser um pilar nos resultados do banco. Entre janeiro e dezembro de 2021, a margem base cresceu 6,2% devido ao bom desempenho da margem financeira (+4,9%) e das receitas por prestação de serviços (+10%). Ambas as linhas de resultados têm crescido de forma constante nos últimos anos, com uma contribuição cada vez mais relevante do mercado português, como evidenciado pelo crescimento de 17,3% da margem financeira e de 12,3% das receitas por prestação de serviços. O ABANCA reduziu em 4,3% os seus custos correntes através da implementação de projetos de racionalização e do aproveitamento das sinergias relacionadas com as integrações, que resultaram numa melhoria da eficiência, que se situou nos 67,4%. Como resultado, a margem recorrente (margem base menos gastos de exploração) aumentou 33,1% para 240,6 milhões de euros.
O banco mantém uma política de cobertura muito conservadora para reforçar a sua carteira de crédito contra eventuais situações provocadas pelo cenário atual de grande incerteza. Apesar das perspetivas económicas positivas para os mercados onde o ABANCA tem uma maior presença em 2022, o banco continua a manter uma das coberturas de crédito mais elevadas do sistema: 85,3% em ativos de cobrança duvidosa e 101,4% em ativos de cobrança duvidosa de PMEs e grandes empresas. Os esforços feitos em 2020 permitiram conter os custos do risco, que se situou em 0,30%, em 2021.
Crescimento sustentado do negócio
Entre janeiro e dezembro de 2021, o volume de negócio aumentou 18,8% para 108.682 milhões de euros. Os empréstimos e adiantamentos a clientes cresceram 17,6% (10,6% excluindo a contribuição do Bankoa e do Novo Banco em Espanha) para 45.982 milhões de euros. Os empréstimos a clientes em condições normais aumentaram em 18,8% (11,7% excluindo as duas novas integrações) para 45.558 milhões de euros. O financiamento às empresas e famílias, que representam 80% do total, constitui o maior componente. O banco gere um total de 62.699 milhões de euros em recursos de clientes, o que representa um crescimento de 19,7% (10,6% excluindo o Bankoa e o Novo Banco em Espanha). Os depósitos de clientes cresceram 17,0% (10,1% sem o Bankoa e Novo Banco em Espanha) para 49.793 milhões de euros. Durante o exercício, o ABANCA aumentou os clientes em 9,2%, o número de cartões de crédito e débito em 10,1% e o número de terminais POS em 16,0%. Um fator chave para o crescimento das receitas por serviços foi o impulso na comercialização de seguros e de produtos fora do balanço. O banco gere 12.906 milhões de euros em recursos fora do balanço, 31,2% mais do que um ano antes (mais 12,5% excluindo o efeito do Bankoa e do Novo Banco Espanha). Os prémios de seguros gerais, onde o ABANCA já tem os seus próprios produtos, e de vida-risco cresceram 12,8%, com um comportamento muito homogéneo nos diferentes segmentos: o seguro automóvel cresceu 18,0%, as proteções de pagamentos aumentaram 16%, vida-risco 13% e as empresas 12%.
Qualidade da carteira e coberturas: um dos melhores perfis financeiros
O ABANCA continua a ser um dos bancos com melhor perfil financeiro no sistema, graças a ter as coberturas mais elevadas (85,3% sobre ativos duvidosos) e o melhor rácio Texas do setor. A cobertura total de ativos não produtivos foi de 76,4%, a mais elevada do sistema, enquanto a cobertura de ativos e a de morosidade se situam nos 62,5% e 85,3% respetivamente. No caso das empresas e PMEs, a cobertura de ativos duvidosos é ainda mais elevada, de 101,4%. O ABANCA é também o melhor banco em termos do rácio Texas com um valor de 28,7%. A morosidade (2,1%) permaneceu estável e entre as mais baixas do setor. Excluindo os negócios integrados durante o ano, para uma comparação homogénea, a taxa de morosidade seria de 1,8% com uma redução dos saldos de cobrança duvidosa de 3,6% em 2021. A morosidade dos clientes particulares mantém-se em níveis mínimos, uma vez que já venceram mais de 95% das moratórias concedidas para ajudar os clientes a enfrentar as consequências económicas da pandemia.
Solvência e liquidez: folga face aos requisitos
Em termos de solvência, o rácio de capital do ABANCA foi de 16,9% (13,0% de capital de qualidade máxima CET1). Graças à estrutura de capital diversificada, o banco tem amplas almofadas sobre os requisitos estabelecidos: 467 pb (1.527 milhões de euros) em capital total e 504 pb (1.648 milhões de euros) em CET1. O banco cumpre confortavelmente o requisito MREL estabelecido para 2022. A estrutura de financiamento do ABANCA baseia-se principalmente em depósitos de retalho, que representam 69% da estrutura de financiamento. O banco tem um rácio de créditos sobre depósitos de retalho de 92,3% e dispõe de 22.720 milhões de euros entre ativos líquidos (16.494 milhões de euros) e capacidade para emitir obrigações (6.226 milhões de euros). Isto cobre em 4,4 vezes o total dos prazos de vencimento previstos de emissões. Os rácios de financiamento líquido estável (NSFR) e de cobertura de liquidez (LCR) são de 132% e 257%, respetivamente, níveis que satisfazem amplamente os requisitos regulatórios de Basileia III.
Melhoria do Rating
A solidez do negócio do ABANCA, juntamente com o desempenho positivo no ano, foi tida em conta pelas principais agências de notação financeira. Durante 2021, todas elas melhoraram a sua notação. A Moody’s aumentou a notação em um nível, e a DBRS, Fitch e Standard & Poor’s melhoraram as suas perspetivas. Atualmente, três destas quatro agências classificam o ABANCA num nível de grau de investimento.