Lucros do ABANCA aumentam 18% para 157 milhões de euros no segundo trimestre
- O banco enfrenta a fase de recuperação da economia com uma posição financeira fortalecida.
- As receitas recorrentes por produtos e serviços bancários aumentaram 10,4%.
- Com um crescimento homólogo de 21,2%, o volume de negócio situa-se acima de 107.000 milhões de euros.
- A atividade comercial começa a dar sinais de normalização e supera os níveis da primeira metade de 2019 no crédito habitação (+30,4%) e em empresas e ENI´s (+2,1%).
- O banco é líder em qualidade de ativos, com o menor rácio de morosidade (1,9%) e a maior cobertura de ativos duvidosos (83,8%) do sistema financeiro espanhol.
- A Moody's é a terceira agência de notação financeira a atribuir uma avaliação de nível de investimento ao ABANCA, reconhecendo a solidez do seu negócio.
- O Plano de Ação Bancária Responsável e Sustentável 2021-2024 avança com o lançamento de fundos sustentáveis e a obtenção do Certificado de Resíduos Zero.
No primeiro semestre, destacou-se a recuperação da atividade comercial, que ultrapassou os níveis dos primeiros seis meses de 2019 em linha como a formalização de crédito habitação (+30,4%) e operações de financiamento a PMEs e ENI´s (+2,1%). Outro destaque deste período foi o forte aumento da atividade seguradora, que duplicou no negócio dos seguros automóveis após o lançamento dos primeiros produtos da nova entidade criada em aliança com o Crédit Agricole Assurances.
A mesma tendência positiva pode ser observada nas últimas instituições adquiridas, o Bankoa e a rede espanhola do Novo Banco, uma vez que o negócio de ambas as operações evolui favoravelmente e os processos de integração avançam de acordo com o calendário previsto. O bom desempenho do ABANCA está a ser acompanhado pelas agências de “rating”. Três das quatro agências atribuem já uma classificação de nível de investimento, depois da atualização anunciada pela Moody's nos últimos dias. Na área da sustentabilidade e do compromisso social, o banco lançou novas ações para continuar a desenvolver o seu modelo de banca responsável. O banco já está a trabalhar na implementação do Plano de Ação de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, com o objetivo de alcançar a neutralidade em carbono na sua atividade e ter uma alternativa sustentável para os seus produtos financeiros até 2024, entre outros objetivos.
Solidez das receitas recorrentes
Os resultados do banco demonstram a sua capacidade de gerar receitas recorrentes. Em termos anuais, a margem básica cresceu 10,4% graças ao bom desempenho da margem financeira, que cresceu 11,1%, e das receitas dos serviços bancários, que cresceram 8,5%. O crescimento da margem básica, somado à redução das despesas de exploração, que caíram 3,8%, permitiu aumentar a margem recorrente para 124,3 milhões de euros, quase o dobro da registada há um ano. Excluindo o efeito da integração do Bankoa, os custos correntes caíram 7,6% devido ao efeito dos projetos de racionalização e às sinergias obtidas, que ultrapassaram os objetivos fixados para as integrações. Apesar dos sinais de recuperação, o banco continua a ser prudente nas suas provisões, como mostra o seu custo de risco de 36 p.b., o que lhe permite manter a cobertura (83,8%) nos níveis mais elevados do sistema financeiro espanhol, apesar de ter o melhor rácio NPL (1,9%).
Mais de 107.000 milhões em volume de negócios
O volume de negócios cresceu 16,4%, face ao período homólogo, para 103.236 milhões de euros. Ao incluir a atividade da rede espanhola do Novo Banco, este valor ultrapassa os 107.000 milhões de euros (+21,2% face ao primeiro semestre de 2020). Este crescimento significativo foi atingido mantendo o equilíbrio entre o crédito e os recursos dos clientes.
A carteira de crédito a clientes em condições normais cresceu 17,1%, face ao período homólogo, (12,4% excluindo o Bankoa, que foi integrado no início de 2021) para 44.426 milhões de euros. O financiamento a empresas e famílias, que representou 77% do total, constitui a maior componente. A captação de recursos aumentou 16,9% face ao mesmo período do ano anterior (11,3% excluindo o efeito do Bankoa) para 58.040 milhões de euros. Nesta área, os depósitos de clientes cresceram 15% (11,0% excluindo o Bankoa) para 46.393 milhões de euros. A captação de recursos fora de balanço cresceu 25% (12,2% excluindo o Bankoa). Isto permitiu ao ABANCA ganhar quota de mercado tanto em fundos de investimento (7 p.b.) como em planos de pensões (5 p.b.). O ABANCA recebeu 3,4% do total das subscrições líquidas de fundos de investimento na primeira metade, em Espanha. Os prémios dos seguros gerais e dos seguros de vida cresceram 11,6%, com um desempenho muito homogéneo nos diferentes segmentos. Os pagamentos de proteções cresceram 17%, os de vida-risco 13%, os de saúde 13% e os de automóvel 9%.
Qualidade da carteira: na liderança do sector financeiro espanhol
O ABANCA registou um declínio significativo nos empréstimos de cobrança duvidosa em comparação com junho do ano passado. Esta redução de 18,5% (23% excluindo o efeito de Bankoa) traz o rácio NPL para 1,9%, o mais baixo do sector financeiro espanhol e menos de metade da média. O ABANCA é também o banco com o melhor rácio de cobertura (83,8%). O rácio Texas é de 27,2%, também no topo do sector. Isto faz do ABANCA o melhor banco do sistema quanto à qualidade e cobertura da carteira. Uma parte fundamental deste bom desempenho tem sido o apoio financeiro prestado às empresas e famílias mais afetadas pela crise. No total, o banco formalizou operações com garantias do estado num montante de 3.321 milhões de euros e 1.280 milhões de euros em operações de flexibilização (moratórias) para famílias. Das moratórias aplicadas, 52% já expiraram, mas apenas menos de 2% destas foram reclassificadas como crédito duvidoso.
Solvência e liquidez
Em termos de solvência, o rácio de capital do ABANCA foi de 17,3% (13,2% de capital de qualidade máxima CET1). Como resultado de uma estrutura de capital mais diversificada, o banco tem amplos colchões sobre os requisitos estabelecidos: 504 p.b. (1.573 milhões de euros) em capital total e 522 p.b. (1.629 milhões de euros) em CET1 . A estrutura de financiamento do ABANCA baseia-se principalmente em depósitos a retalho, que representam 71%. O banco tem um rácio de créditos sobre depósitos de retalho de 97,4% e dispõe de 18.843 milhões de euros de ativos líquidos (13.287 milhões de euros) e a capacidade de emitir obrigações (5.556 milhões de euros). Isto cobre quatro vezes o total dos seus vencimentos previstos de emissões. O rácio de financiamento líquido estável (NSFR) e de cobertura de liquidez (LCR) são de 131% e 258%, respetivamente, níveis que satisfazem amplamente os requisitos regulatórios de Basileia III.
Avaliação das agências financeiras
A atualização da classificação da Moody's deve-se à nova metodologia da agência e ao reconhecimento do perfil financeiro do ABANCA, que considera estável no atual contexto económico. A Moody's destaca, na sua avaliação, a resiliência, a qualidade dos ativos, a solvência e as expectativas de rentabilidade do ABANCA. Em 2021, a trajectória do ABANCA está a ser avaliada positivamente pelas agências de notação financeira. Três das quatro agências que classificam o banco emitiram notações sobre o ABANCA este ano. Destas, duas (DBRS e Standard and Poor's) melhoraram a sua perspetiva, enquanto a terceira (Moody's) reportou uma subida de “rating”.
Sustentabilidade e compromisso social
A ABANCA apresentou recentemente o seu Plano de Acão de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, que coloca a sustentabilidade no centro da estratégia corporativa do banco e propõe ações em três linhas principais: ambiental, socioeconómica e de boa governação. Durante o primeiro semestre do ano, foram lançadas as primeiras ações para cumprir os objetivos deste plano, incluindo ser neutro em termos de emissões e ter uma alternativa sustentável para os seus produtos. Com vista a estes objetivos, no último trimestre, o banco obteve o certificado Zero Resíduos da AENOR para as suas sedes corporativas, e alargou o seu catálogo de produtos de investimento responsável com dois novos fundos para a gestão discricionária de carteiras.
Além disso, através das unidades especializadas ABANCA Agro e ABANCA Mar, o banco assinou acordos de colaboração com grupos e entidades dos sectores agroalimentar e das pescas para promover a eficiência energética, melhorar os recursos hídricos, encorajar o consumo de produtos locais e renovar a frota pesqueira. No domínio da promoção da eficiência energética no tecido produtivo, o banco juntou-se ao patronato do EnergyLab, juntando-se assim ao órgão de direção de um dos principais centros tecnológicos galegos no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. A renovação do acordo de colaboração entre as duas entidades dá um novo impulso ao financiamento deste tipo de investimento através de empréstimos com longos prazos de amortização, taxas de juro baixas e a possibilidade de introduzir períodos de carência. O banco também desenvolveu uma vasta gama de atividades na esfera social e de voluntariado. Através de uma nova edição do programa 'Cubertos', a terceira desde o Verão do ano passado, a Afundáción e o ABANCA irão colaborar com câmaras e entidades sociais para fornecer 44.000 menus saudáveis, 1.000 por dia, a crianças em risco de pobreza ou exclusão social, durante as férias escolares. A economia circular, também incluída na estratégia de sustentabilidade da ABANCA, é o conceito em torno do programa "Redes vivas", através do qual a instituição tem colaborado para reutilizar redes de pesca abandonadas. “Redes vivas" baseia-se no artesanato tradicional, realizado principalmente por mulheres, e está ligado ao programa ABANCA Deporte Base, através da colocação das redes recuperadas nos campos dos clubes que dele fazem parte. As atividades de voluntariado ambiental promovidas pelo ABANCA e pela Afundación removeram mais de seis toneladas de resíduos da costa galega como parte do programa PLANCTON da Afundación.