RESULTADOS 1S 2020: ABANCA alcança lucro de 133 milhões, após provisões de 163 milhões
- A entidade anunciou o acordo com o Grupo Crédit Agricole para a aquisição do Bankoa, uma sólida entidade financeira no País Basco especializada em gestão de patrimónios e empresas
- O banco regista um crescimento de 56,1% na margem antes de provisões
- As receitas recorrentes continuam a melhorar (+15,0% margem financeira) e continuam a ser o pilar da rentabilidade
- A taxa de morosidade situa-se nos 2,7% e coloca o ABANCA como entidade líder em termos da qualidade dos ativos
- A taxa de cobertura de ativos duvidosos subiu para 66,2%, a mais elevada do setor e o rácio Texas situa-se nos 31,6%
- O rácio de capital subiu para 16% com um excesso de 1.110 milhões sobre os requisitos regulatórios
- A entidade eleva o seu volume de negócio acima dos 88.600 milhões com um crescimento notável em crédito e depósitos
- O apoio a famílias e empresas para combater os efeitos económicos da COVID traduz-se em mais de 2.200 milhões formalizados através de crédito Empresas e quase 1.000 milhões em moratórias
- Com um peso de 8,4% sobre o resultado total, o ABANCA Portugal mantém o seu importante contributo para o negócio do grupo com um elevado dinamismo

O ABANCA obteve, nos primeiros seis meses de 2020, um resultado líquido atribuível de 133 milhões de euros, num período marcado pelo desenvolvimento de ações para combater os efeitos económicos e sociais da COVID-19 e pelo reforço da posição financeira da entidade para enfrentar com sucesso o contexto resultante da crise. O ABANCA reforçou a sua posição entre as entidades mais sólidas do setor financeiro espanhol graças à excelente qualidade dos seus ativos (morosidade de 2,7%) e aos elevados níveis de cobertura (cobertura de ativos duvidosos de 66,2% e rácio Texas de 31,6%). A entidade dispõe, assim, de elevados níveis de capitalização (capital total de 16%, com um excesso de 1.110 milhões sobre os requisitos), assim como uma cómoda posição de liquidez (rácio LTD de retalho de 96,7% e 9.654 milhões de euros em ativos líquidos). O intenso apoio financeiro ao tecido económico e às famílias traduziu-se na formalização de operações de financiamento com garantia pública para empresas, PME no valor de 2.224 milhões de euros, e na aplicação de moratórias financeiras no valor de 987 milhões. Além disso, o banco aplicou outras medidas de apoio ao tecido produtivo e às famílias no âmbito financeiro, económico e assistencial. O ABANCA anunciou, nos últimos dias, a aquisição do Bankoa, uma nova operação corporativa que dá continuidade ao seu plano de crescimento. Com esta operação, o ABANCA aumenta a sua presença na região cantábrica e reforça segmentos de negócio estratégicos como empresas e gestão de património.
Apoio integral à sociedade para superar os efeitos da pandemia
Além do financiamento concedido ao setor empresarial dentro dos programas de financiamento com garantia pública e da concessão de amplas facilidades de pagamento a pessoas em dificuldades, o banco prestou especial atenção a setores com necessidades específicas, em virtude do qual desenvolveu ações especiais de apoio ao comércio, à agricultura e aos setores do mar e das pescas. Relativamente a particulares, o ABANCA antecipou um total de 400 milhões de euros em prestações para 385.000 pensionistas. No âmbito assistencial, o banco doou 514 equipamentos sanitários aos hospitais galegos, dos quais mais de 150 eram UCIs e 4 leitores automatizados para a realização de teste. Além disso, proporcionou mais de 80.000 menus para escolas em situação de vulnerabilidade. Em Portugal, o ABANCA também contribuiu com a oferta de 3 ventiladores para o sistema nacional de saúde, num esforço conjunto que envolveu, além do próprio banco, clientes e colaboradores. Adicionalmente, o ABANCA contribuiu ainda com 40.000 euros para o esforço solidário coordenado pela Associação Portuguesa de Bancos na encomenda de 100 ventiladores para o SNS.
Rápida adaptação às mudanças de hábitos do cliente financeiro
A capacidade de serviço digital do banco foi essencial para satisfazer as necessidades financeiras dos clientes no processo de confinamento e posterior desconfinamento, num contexto em que os canais online e os meios de pagamento aumentaram o seu crescente protagonismo. Este aumento da atividade digital reflete-se no facto de que, durante o semestre, registou-se um importante aumento do uso dos cartões de crédito e débito, cujo número em circulação aumentou 12% face ao período homólogo, e cujo volume de pagamentos de consumo básico subiu 46%. Pelo contrário, o volume de levantamentos de dinheiro caiu 31% face ao mesmo período do ano passado. Neste contexto, a utilização dos canais digitais registou um forte crescimento. As transações digitais aumentaram 54,7%, entre junho de 2019 e junho de 2020, e representam atualmente 62,4% do total de transações, quase 8 pontos percentuais mais do que há um ano. A capacidade de serviço da entidade refletiu-se no elevado nível de satisfação que mostram os utilizadores: sete em cada dez clientes do ABANCA dão à sua app uma nota próxima de 10 em 10.
Resiliência da economia galega
Graças à análise big data foi possível constatar claros sinais de recuperação económica no final do trimestre, com uma melhor evolução da Galiza, onde o ABANCA é a entidade financeira líder com uma quota de mercado superior a 40%, em comparação com o resto de Espanha. Esta tendência refletiu-se no Observatório ABANCA by IESIDE, lançado em colaboração com o Instituto de Educación Superior Intercontinental de la Empresa (IESIDE), com o objetivo de trazer à sociedade, e em especial ao seu tecido produtivo (profissionais independentes, PME, empresas), dados que sirvam de suporte para as suas decisões. Os seus primeiros relatórios, elaborados a partir de dados de compras com cartão realizadas pelos clientes galegos, estiveram centrados na monitorização da evolução da atividade comercial durante o confinamento e o posterior desconfinamento.
Aquisição do Bankoa
O ABANCA anunciou, nos últimos dias, um acordo com o Grupo Crédit Agricole para a aquisição do Bankoa, uma nova operação corporativa que dá continuidade ao seu plano de crescimento. Com esta operação, o ABANCA incrementa a sua presença na região cantábrica, reforça segmentos de negócio estratégicos como empresas e gestão de património, e dispõe de potencial de crescimento em linhas como circulante, negócios, consumo e seguros. A transação gera um elevado valor para o ABANCA, com baixo risco de execução e mínimo consumo de capital. A entidade demostrou uma elevada capacidade de execução nas integrações dos negócios adquiridos nos últimos exercícios, obtendo resultados consistentemente acima do previsto inicialmente. Com um peso de 8,4% sobre o resultado total, o ABANCA Portugal mantém o seu importante contributo para o negócio do grupo com um elevado dinamismo. O mês de junho evidenciou a recuperação da senda de cumprimento dos objetivos estabelecidos em linhas tão relevantes como fundos de investimento ou crédito a empresas. Por seu lado, a integração do Banco Caixa Geral superou as expectativas iniciais tanto em custos de execução (que se situaram em 92% do inicialmente esperado) como em sinergias, até à data (40% superior). Esta operação representou um importante desenvolvimento do negócio na Extremadura, comunidade onde o ABANCA aumentou o seu volume de negócio em 573 milhões durante o semestre, superando assim os objetivos em 10%.
Rentabilidade e máxima prudência
O resultado obtido pelo banco no primeiro semestre evidencia a capacidade de geração de rentabilidade do ABANCA, apesar do foco no reforço de provisões. A margem financeira cresceu 15,0%, com contributo tanto da intermediação como dos serviços, a margem bruta subiu 27,4% e a margem antes de provisões melhorou em 56,1%. O lucro atribuível obtido, de 133,1 milhões de euros, representa um ROE de 5,7%, apesar do mencionado reforço de provisões realizado durante o semestre. As linhas fundamentais de geração de receitas continuam a crescer de forma sólida: a margem de juros cresceu 11,2% face ao período homólogo, enquanto as receitas por prestação de serviços registaram um aumento de 25,9%. Neste último capítulo, é essencial o impulso dos serviços de maior valor acrescentado para o cliente, com receitas por recursos fora do balanço que melhoraram 31,7% em relação ao período homólogo. Os gastos de exploração mantiveram-se praticamente estáveis uma vez excluídos os efeitos das integrações, ao mesmo tempo que as receitas cresceram a ritmos superiores (+15,0% face a +11,4% homólogo), de modo que o ABANCA conseguiu melhorar a sua eficiência para 56,2%. O ABANCA fortaleceu em 162,8 milhões de euros as suas provisões para crédito com o objetivo de fazer frente à previsível deterioração económica da situação atual, situando assim o seu custo do risco em 0,68%. Estas provisões incluem 57 milhões de euros destinados a cobrir todo o potencial efeito da deterioração macroeconómica na carteira de crédito prevista segundo os modelos de perda esperada do banco. Este reforço do custo do risco somado à redução da morosidade (que se situa nos 2,7%) traduziu-se em elevados níveis de provisão (66,2%).
Crescimento do negócio
O volume de negócio cresceu 12,8% graças ao aumento equilibrado do crédito e dos recursos de clientes e situou-se nos 88.693 milhões de euros. O crédito normal a clientes aumentou em 15,6% para os 37.944 milhões de euros. A carteira está centrada no financiamento a famílias e empresas, que representam 47% e 38%, respetivamente. A captação de recursos aumentou 11,6% para os 49.662 milhões de euros e os depósitos de clientes registaram um incremento de mais de 5.000 milhões no último ano (+15,3%). Durante o semestre, manteve-se o dinamismo na comercialização de seguros e recursos fora de balanço. Uma vez superados os momentos mais adversos registados no atual contexto (ainda em processo de recuperação), o ABANCA conseguiu aumentar em 4,3%, no segundo trimestre, os recursos fora do balanço de clientes, para os 9.319 milhões de euros. Esta boa evolução no trimestre permitiu consolidar os seus aumentos de quota no mercado espanhol, onde o ABANCA regista um crescimento homólogo de 17 pontos base no segmento de fundos de investimento, de 11 pontos em planos de pensões e de 13 pontos em seguros de vida. Os prémios de seguros gerais e de vida cresceram 6,7% em relação ao mesmo período homólogo. Destaca-se o comportamento da nova produção de seguros de pagamentos protegidos, com um crescimento de 18%, os seguros de morte, que aumentaram 12%, os seguros de vida cresceram 7%, e os seguros automóvel também subiram 7%.
Liderança em qualidade de ativos
O ABANCA situa-se na liderança do setor financeiro espanhol na qualidade dos ativos graças a uma nova descida homóloga de 6,9% dos seus saldos duvidosos. A taxa de morosidade situou-se nos 2,7%, em linha com a média europeia e amplamente abaixo da espanhola. O ABANCA é a primeira entidade espanhola por cobertura de ativos não produtivos, com uma taxa de cobertura total de 64,0%. A taxa de cobertura da morosidade está situada nos 66,2%, enquanto a cobertura de créditos concedidos é de 60,9%. O seu sólido perfil financeiro coloca o ABANCA como uma das entidades mais saneadas do setor financeiro espanhol. Tanto no rácio de ativos não produtivos, com 4,5%, como no rácio Texas, com 31,6%, o ABANCA está entre as melhores entidades espanholas.
Elevada liquidez e capitalização
Como outro dos elementos de destaque da sua política de prudência e gestão focada na sustentabilidade financeira a longo prazo, o ABANCA conta com uma confortável posição de liquidez baseada em depósitos de retalho. O seu rácio de créditos sobre depósitos (LTD) é de 96,7% e a sua posição de liquidez situa-se nos 15.084 milhões de euros entre capacidade de emissão de cédulas (5.431 milhões) e ativos líquidos (9.654 milhões), o que lhe permite cobrir mais do triplo dos vencimentos previstos de emissões. Os rácios de financiamento líquido estável NSFR e de cobertura de liquidez LCR situam-se, respetivamente, nos 135% e 258%, níveis que consolidam o cumprimento dos requisitos regulatórios de Basilea III. O banco apresenta, assim, uma robusta posição em matéria de solvência. A 30 de junho, o rácio de capital de máxima qualidade, CET1, subiu para 13,0%, com um excesso de 496 pontos base (1.489 milhões de euros) sobre os requisitos. O rácio de capital total situou-se nos 16,0%, com um excesso de 370 pontos base (1.110 milhões de euros) sobre os requisitos exigidos.